quinta-feira, 5 de julho de 2012

Os rituais Judaicos e a graça de Deus.



OS RITUAIS JUDAICOS E A GRAÇA DE DEUS

“Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão, nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas, sim o ser uma nova criatura.” Gl 6: 15

TEXTO BASE- LIVRO DE GÁLATAS

INTRODUÇÃO

Antes da vinda de Cristo, Deus havia deixado vários rituais aos homens que deveriam ser cumpridos e observados à risca. Dentre eles, podemos destacar a circuncisão nas crianças do sexo masculino ao oitavo dia de seus nascimentos. Tal ritual ordenado por Deus através de Moisés simbolizava a aliança de Israel para com Deus e o homem israelita que não se submetesse a este ritual estaria quebrando a sua aliança para com Deus e estaria afastado do povo de Israel. 
Após a vinda de Cristo, a realização de rituais como a circuncisão não eram incentivados pelos Apóstolos o que gerou o primeiro conflito doutrinário na época. Muitos judeus ao se converterem ao cristianismo continuavam crendo na necessidade de se praticar a circuncisão como um requisito para se alcançar a Vida Eterna. E estes judeus viam a necessidade deste ritual ser não só uma obrigação para com os Israelitas, como também aos gentios. Assim, muitos judeus convertidos ao cristianismo passaram a constranger aos gentios a se circuncidarem e circuncidarem aos seus filhos como condição para estes herdarem a vida eterna. Naturalmente que a disseminação desta doutrina, qual seja, atrelar a circuncisão à vida eterna não tinha o aval dos Apóstolos.
Afinal, se a circuncisão era um mandamento de Deus por qual razão ela deixou de ser um mandamento em Cristo Jesus? É sobre esta questão que o livro de Gálatas trata e que abordaremos neste breve artigo.



A GRAÇA ACIMA DOS RITUAIS          

O Apóstolo Paulo explica de uma maneira muito clara como a graça está acima dos rituais judaicos.

 “Irmãos, como homem falo, se o testamento de um homem for confirmado, ninguém o anula nem o acrescenta” Gl 3:15

A lei foi dada a Moisés, mas antes da entrega da lei aos israelitas, o Senhor não tinha feito nenhuma promessa ao homem?

Vejamos no Éden por exemplo. Quando o homem caiu da graça nos primeiros dias, o Senhor cobriu a nudez do homem com pele de animais e prometeu que da descendência da mulher nasceria àquele que esmagaria a cabeça da serpente. Ora, desde a queda, a serpente passou, através do mundo espiritual, subjugar a humanidade. Havia, porém, uma esperança que um dia um homem destruiria este domínio. Sabemos que este homem é Cristo e ele destronou o império das trevas com sua morte na Cruz.

Avançando um pouco adiante na história, vemos outra promessa de Deus a um servo muito amado, Abraão. Antes mesmo deste ser circuncidado, Deus prometeu uma descendência a ele, e Abrão creu em Deus e isto foi lhe imputado como justiça. Vemos que antes da lei e mesmo da própria circuncisão, a fé era um elemento por meio do qual um homem seria justificado. Somos todos filhos de Abraão, visto que por meio da fé em Cristo também somos justificados.

 “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus, para sermos justificados pela fé em Cristo e não pelas obras da lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.” Gl 2:16

A lei de Moisés colocava todos debaixo de uma maldição:

“Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo de maldição, porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las.” Gl. 310

O homem que tinha uma aliança com Deus nos dias de Moisés deveria cumprir toda a lei, caso contrário estava debaixo de uma maldição. Qual era o símbolo desta aliança? A circuncisão.
Voltemos a era cristã. Com a vinda de Cristo, os Apóstolos entenderam o ministério de Cristo e não atrelaram a realização de rituais da circuncisão como necessários para um homem alcançar a vida eterna. Muitos judeus convertidos ao cristianismo não concordavam com os apóstolos e diziam que a circuncisão era necessária para a vida eterna, mesmo se a pessoa já fosse cristã. Este judeus criam nisso, porque não compreenderam a plenitude da Cruz.

“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: maldito todo aquele que for pendurado em um madeiro.” Gl 3 13

Quando Cristo foi pendurado em um madeiro, ele pagou por todos os nossos pecados, esmagou a cabeça da serpente neste ato e nos justificou perante a Deus. Se Cristo fez todas estas coisas por que nos acusamos? Por que permitimos que o diabo nos acuse em nossas mentes de algum pecado que cometemos? Cristo não morreu por nós? Não nos perdoou? Em Cristo, somos o povo mais feliz da terra, porque fomos justificados de todos os pecados sem a necessidade de nenhuma obra nossa, mas apenas através de um único ato de justiça que veio de Cristo, Nosso Senhor.

A IMPORTÂNCIA DA LEI DE MOISES E DA CIRCUNCISÃO

“Logo, para que a lei? Foi ordenado por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita, e foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro.” Gl 3.13

A lei de Moisés veio depois das promessas de Deus ao homem seja no Éden ou por meio de Abraão. Mas apesar de ter vindo em um momento posterior, a lei de Moisés não é contra estas promessas. A lei cumpriu um papel de tutor, de modo que antes que a revelação final de Deus que veio em Cristo se manifestasse, ela orientou o homem do certo e errado até que a graça de Deus abundasse.
A Lei de Moisés poderia ser resumida em uma frase: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Quem ama, não mata, não rouba, não mente, não adultera e nem comete outros pecados relacionados na lei de Moisés. Esta mesma lei, porém, tinha penalidades previstas para o descumprimento da mesma. Algumas destas penalidades era a morte ao pecador. Esta mesma lei também possuía uma série de rituais, que carregados de uma forte simbologia, alertava o israelita para realidades espirituais. 
A circuncisão era um destes rituais. Era o símbolo da aliança com Deus, e esta aliança deveria ser feita para que o homem não esquecesse que ele fazia parte de um povo separado. O ritual deveria, portanto, ser respeitado, porque lembrava o homem de suas responsabilidades para com Deus de se separar todo pecado e se consagrar. Vários outros rituais mosaicos tinha esta finalidade de lembrar e instruir o homem do caminho da justiça. 
Mas com a vinda de Cristo e o derramar do Espírito em nós esta necessidade de rituais perdeu a importância porque o próprio Deus, através de seu Espírito, habita em nós, de modo que somos novas criaturas. E se somos novas criaturas, se fomos perdoados, porque vamos nos recorrer a rituais que fazem lembrança de uma vida de pecado a qual já fomos perdoados e libertos pelo sangue de Jesus? Este foi o principal argumento de Paulo para os Judeus que viam a necessidade de circuncisão para obterem a vida eterna.


CONCLUSÃO

Mesmo nos dias de hoje, em muitas religiões, há uma preocupação por parte das pessoas com a aparência da religiosidade e não com a essência da mesma que é o amor. No amor de Cristo todas as exigências justas da lei são cumpridas. 
    
Os rituais eram exigidos na antiga aliança como uma espécie de pedagogia divina para um povo ainda imaturo como o propósito de  ensiná-los de realidades espirituais importantes como santificação e consagração.
No tempo atual, na aliança vigente que é a Cristã, o Espírito de Deus foi nos dada gratuitamente de modo que é a fé Nele que a santificação se opera.

“E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai. Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo." Gl 4: 6-7

Libertos estamos de todos os rituais judaicos, visto que Deus não nos acusa de coisa alguma e Ele mesmo circuncidou nossos corações por meio do Espírito para devotarmos uma vida de santidade a Ele.

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