Em todas as partes do globo, as pessoas anseiam em conhecer o Senhor. O processo de conhecimento de Deus varia de pessoa para pessoa. Em muitos casos, porém, ele pode ser resumido em três fases distintas.
A 1º fase deste processo está intimamente ligada ao medo. O medo impulsiona muitos homens a buscar conhecer o Senhor. Este medo pode se expressar de diversas formas diferentes como o temor do inferno, de doenças, de decepções, desemprego e etc. Muitos dos servos do Senhor um dia experimentaram um medo e uma angústia profunda que marcou seu processo de conhecimento para com Deus. Jacó teve um medo profundo de reencontrar seu irmão, Pedro teve medo de afirmar que era discípulo de Cristo, Raabe teve medo da destruição que Deus iria causar em Jericó, assim como estes exemplos, existem várias histórias na Bíblia descrevendo diversas formas de manifestação de medo no coração de servos de Deus.
O problema não está na pessoa passar por esta fase na sua vida cristã. O problema está justamente em permanecer eternamente nesta fase. É necessário avançar para outra fase no conhecimento de Deus.
A fase seguinte diz respeito a esperança na Vida Eterna. Crer que Cristo se deu através de um único ato de justiça, o perdão dos nossos pecados, para que reinássemos com Ele, seria esta a 2º fase. Ela é, sem dúvida, melhor que a primeira. Do medo para a esperança é uma evolução tremenda. Esta esperança de salvação conquistada maravilhosamente na cruz de Cristo que faz com que o cristão tenha uma alegria inexplicável.
Contudo, permanecer por muito tempo nesta fase também não é algo saudável. É necessário avançarmos para a fase final do programa de Deus em nossas vidas. Após esta fase maravilhosa de contemplação pelo que Cristo fez por nós na Cruz, devemos entender o objetivo do amor Dele para conosco. Ele não morreu por nós em vão. Esta é a que eu qualifico como 3º fase de conhecimento de Deus: sermos transformados e renovados conforme a Sua imagem e Semelhança.
Ele nos chamou para sermos imitadores Dele em seu amor revelado na Cruz. Assim como Ele deu a sua vida para conosco, devemos dar nossa vida uns pelos outros. Esta é a ultima fase do conhecimento de Deus e exercitando ela, não buscaremos mais a presença de Deus como nas fases anteriores, mas permaneceremos na presença de Deus.
Buscar a presença de Deus por um momento, muitas pessoas em diversos períodos ou fases da história já o fizeram. Buscar a presença de Deus vem, muitas vezes, de um coração aflito diante de algum problema. Pode se dizer que isto é quase instintivo. A busca por Deus pode ser caracterizada também como um simples momento de euforia motivada por um louvor com uma melodia bonita. Nesta busca, seja pelo medo ou pela euforia, muitos alcançaram o que desejavam como cura, libertação ou uma determinada benção. Mas permanecer na presença de Deus já é algo mais profundo. Não vem de um coração aflito diante do medo de uma situação terrível ou de uma alegria passageira produzida por uma bonita ministração, mas vem do conhecimento pleno do amor de Deus para conosco.
Assim podemos afirmar que de nada adianta ter um coração alegre sobre o que Cristo fez por nós na Cruz e crer firmemente que Ele nos dá a Vida Eterna, senão imitamos este amor.
Se realmente amamos Cristo, devemos imitar o seu gesto, servindo uns aos outros. As igrejas cristãs estão abarrotadas de pessoas que entoam cânticos de adoração ao Senhor, exaltando Sua obra maravilhosa na Cruz para conosco, mas em contrapartida, não são nada frutíferas no seu amor para com o próximo.
Quer se certificar que sua fé sem obras é morta? Veja o que Tiago fala a respeito disso: “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver obras? Porventura a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aqueita-vos e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma.” Tg 2: 14-17
Em outra passagem, as Sagradas Escrituras também declaram que “Conhecemos o amor nisto: que Ele deu sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos. Quem, pois, tiver bens do mundo e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerras as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade.” I Jo 3: 16-17
O Senhor Jesus durante todo seu ministério condenou os religiosos de sua época, lhes dizendo que suas práticas religiosas eram inúteis para com Deus, visto que estas eram apartadas do amor e da misericórdia. Tiago afirma que “a religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção deste mundo.” Tg 2:27
As igrejas cristãs estão lotadas de pessoas que querem buscar a Deus, mas poucos querem permanecer na presença Dele. De nada adianta freqüentar cultos, reuniões em casa, entoar louvores a Deus e participar de diversos congressos e “shows gospel” se não houver uma profunda mudança de comportamento.
A fé genuína é acompanhada por obras de Justiça. Estas não compraram nossa ida ao céu, mas são um testemunho que Cristo já nos alcançou.
Um antigo pensador cristão do século XVII chamado Irmão Lawrence proferiu a seguinte pérola: “Tudo é possível àquele que crê; é menos difícil àquele que espera; é mais fácil àquele que ama e ainda mais fácil àquele que persevera na prática dessas três virtudes. Nosso intento deve ser alcançar este fim: tornar-se, nesta vida, o adorador mais perfeito de Deus que nos é possível ser (uma vez que é isto que esperamos ser por toda a Eternidade).”
Não devemos simplesmente buscar a presença de Deus, isto até pagãos em algum momento da vida já o fizeram, mas devemos permanecer na presença de Deus. Esta permanência vem pela prática do amor ao próximo e a genuína adoração a obra de Cristo. “E agora, filhinhos, permanecei nele, para que, quando Ele se manifestar, tenhamos confiança e não sejamos confundidos por Ele na sua vinda.” I Jo 2:28
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