No final dos 60 e início dos anos 70,
um teste foi desenvolvido em crianças de 4 anos para avaliar a capacidade que
elas tinham de se auto-controlar. O teste era relativamente simples: a criança
era colocada em uma sala com apenas uma mesa e uma cadeira. Na mesa havia um
delicioso doce e ela recebia a orientação do pesquisador de que se ela quisesse
comer o doce ela poderia, mas se ela esperasse alguns minutos e não comesse, ao
final do teste receberia mais doces, e poderia então comer todos. Uma câmera
escondida era colocada na sala para ver a reação das crianças sozinhas na sala
com o delicioso doce por “eternos” minutos. Algumas crianças resistiram à
tentação, outras não. Mas mesmo as que resistiram travaram uma “batalha” para
não ceder à tentação.
Este teste, que ficou conhecido como
Teste do Marshmallow, ressalta uma característica comum aos seres humanos: a
impulsividade. Este sentimento, que acompanha muitas pessoas na vida adulta,
produz diversas escolhas erradas e pecados e iniqüidades perante o Senhor.
O teste do marshmallow é um
interessante exemplo da condição do cristão aqui na terra. Em meios a diversas
situações, somos livres para desfrutarmos das delícias do mundo ou negarmos os
prazeres momentâneos desta vida e esperarmos por recompensas melhores e mais
duradoras da parte do Senhor. A lógica do teste é muito simples: a criança é
livre para comer o delicioso doce, mas se saber esperar por alguns instantes
não só comerá aquele doce, mas vários outros. Porque escolher o bom, se posso
escolher o melhor? Mas muitas crianças ainda sim cederam a tentação, mesmo
entendendo que se suportassem a breve prova, teriam algo melhor. Nas crianças
que cederam à tentação, não foi a apenas a impulsividade a causa de sua derrota
no teste, mas também a falta de confiança dela nas palavras do realizador do
teste. Não será isso que acontece com muitos adultos cristãos: cedem à tentação
e perdem recompensas maiores, porque não creram na veracidade da promessa de
Deus? Vencer a impulsividade e a ansiedade requer fé. Fé em que? Fé nas
promessas que Ele nos fez. Há inúmeras promessas dele em sua palavra. Temos que
crer nelas e nossas impulsividades e ansiedades darão lugar a paz que excede a
todo entendimento humano.
Mas e sobre as crianças que venceram o
teste, qual foi o segredo delas? Elas creram na promessa que receberiam mais
doces e se mantiveram firmes até o final do teste. Contudo, segundo as imagens
captadas pela câmara escondida durante o teste, para elas vencerem não foi nada
fácil. Em vários momentos elas encaravam o doce com bastante agonia, mexiam-se
na cadeira, reviravam os olhos. Para elas, mesmo com toda confiança que ao
final do teste seriam vitoriosas, elas travavam uma batalha contra elas mesmas.
Quando a tentação de comer o doce vinha, elas começavam a cantarolar, brincavam
com o doce, com o cabelo, com as mãos e procuravam através destes recursos,
fugir do pensamento que impeliam a comer o marshmallow.
Porque alguns adultos cristãos não
fazem isso quando vem à tentação do pecado? Ou seja, não enfrente o pecado,
mas fuja dele fazendo outras coisas na vida para você se distrair daquele
pensamento forte que te impele a pecar.
Naturalmente que minha sugestão não é
para você fugir da realidade para fugir do pecado. Para tirar da mente o
pecado, basta você ocupar sua mente com coisas que edifiquem sua vida. Lembre-se de Paulo:
“Quanto ao mais, irmãos,
tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo que é justo, tudo o que é
puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se
há algum louvor, nisso pensai.” Fp 4:8
A realidade do pecado e da tentação
naturalmente é muito mais complexa e superior do que a vivida pelas crianças no
teste do marshmallow. Por isso, não conseguiremos vencer o pecado senão utilizarmos
dos recursos dados pelo Senhor. Um deles é a comunhão uns com os outros. Há
também o escape e o livramento dado pelo Senhor através do jejum e da oração.
Desta questão que estamos tratando,
devemos ter em mente também o papel dos líderes cristãos. Estes devem entender
de uma vez por todas que pessoas precisam ser pastoreadas e conduzidas ao
prêmio verdadeiro desta vida que é Cristo. Assim, se um líder cristão é uma
“estrela”, gosta de ser o centro das atenções, está interessada nos aplausos
das multidões, deseja ser honrado pelos seus liderados com festinhas,
homenagens, e bajulações sugiro que este líder considere tais palavras: “É
necessário que Ele cresça e que eu diminua.” Jo 3:30. Líderes cristãos
saudáveis não desejam honram para si, mas para Cristo. Tal líder gerará
liderados saudáveis que não desejarão honra para si mesmo e assim terão força
para resistir a todas a provas para então tomarem posse na vida eterna da
verdadeira recompensa.
O Teste do marshmallow termina com uma conclusão
interessante. O realizador do teste constatou que todas as crianças que
venceram o teste se tornaram alunos com melhores notas do que os que falharam,
por conseguirem controlar melhor seu grau de ansiedade. Mas o teste não visa
apontar perdedores, visa constatar quais as deficiências devem ser trabalhadas
nas crianças que apontavam um grau elevado de ansiedade. Assim é o Senhor
conosco nas nossas duras provas. Não existem perdedores para o Senhor, mas
pessoas que precisam ser moldadas como o barro nas mãos do oleiro, de novo e de
novo. Deus está sempre pronto para trabalhar em nós quando confessarmos a Ele
que falhamos em algum teste permitido por Ele. Se colocarmos um pouco de fé em
Deus em nossos corações, venceremos qualquer teste ou tentação, mesmo com todo
o nosso histórico de falhas, e estaremos de pé e não prostrados no Grande Dia,
pois Fiel é aquele nos chamou. Ele não nos chamou para sermos humilhados, mas
exaltados no Nome do Seu Filho Jesus Cristo.
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