sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O TESTE DO MARSHMALLOW



No final dos 60 e início dos anos 70, um teste foi desenvolvido em crianças de 4 anos para avaliar a capacidade que elas tinham de se auto-controlar. O teste era relativamente simples: a criança era colocada em uma sala com apenas uma mesa e uma cadeira. Na mesa havia um delicioso doce e ela recebia a orientação do pesquisador de que se ela quisesse comer o doce ela poderia, mas se ela esperasse alguns minutos e não comesse, ao final do teste receberia mais doces, e poderia então comer todos. Uma câmera escondida era colocada na sala para ver a reação das crianças sozinhas na sala com o delicioso doce por “eternos” minutos. Algumas crianças resistiram à tentação, outras não. Mas mesmo as que resistiram travaram uma “batalha” para não ceder à tentação.

Este teste, que ficou conhecido como Teste do Marshmallow, ressalta uma característica comum aos seres humanos: a impulsividade. Este sentimento, que acompanha muitas pessoas na vida adulta, produz diversas escolhas erradas e pecados e iniqüidades perante o Senhor.    
       
O teste do marshmallow é um interessante exemplo da condição do cristão aqui na terra. Em meios a diversas situações, somos livres para desfrutarmos das delícias do mundo ou negarmos os prazeres momentâneos desta vida e esperarmos por recompensas melhores e mais duradoras da parte do Senhor. A lógica do teste é muito simples: a criança é livre para comer o delicioso doce, mas se saber esperar por alguns instantes não só comerá aquele doce, mas vários outros. Porque escolher o bom, se posso escolher o melhor? Mas muitas crianças ainda sim cederam a tentação, mesmo entendendo que se suportassem a breve prova, teriam algo melhor. Nas crianças que cederam à tentação, não foi a apenas a impulsividade a causa de sua derrota no teste, mas também a falta de confiança dela nas palavras do realizador do teste. Não será isso que acontece com muitos adultos cristãos: cedem à tentação e perdem recompensas maiores, porque não creram na veracidade da promessa de Deus? Vencer a impulsividade e a ansiedade requer fé. Fé em que? Fé nas promessas que Ele nos fez. Há inúmeras promessas dele em sua palavra. Temos que crer nelas e nossas impulsividades e ansiedades darão lugar a paz que excede a todo entendimento humano.

Mas e sobre as crianças que venceram o teste, qual foi o segredo delas? Elas creram na promessa que receberiam mais doces e se mantiveram firmes até o final do teste. Contudo, segundo as imagens captadas pela câmara escondida durante o teste, para elas vencerem não foi nada fácil. Em vários momentos elas encaravam o doce com bastante agonia, mexiam-se na cadeira, reviravam os olhos. Para elas, mesmo com toda confiança que ao final do teste seriam vitoriosas, elas travavam uma batalha contra elas mesmas. Quando a tentação de comer o doce vinha, elas começavam a cantarolar, brincavam com o doce, com o cabelo, com as mãos e procuravam através destes recursos, fugir do pensamento que impeliam a comer o marshmallow.

Porque alguns adultos cristãos não fazem isso quando vem à tentação do pecado? Ou seja, não enfrente o pecado, mas fuja dele fazendo outras coisas na vida para você se distrair daquele pensamento forte que te impele a pecar.


Naturalmente que minha sugestão não é para você fugir da realidade para fugir do pecado. Para tirar da mente o pecado, basta você ocupar sua mente com coisas que edifiquem sua vida. Lembre-se de Paulo: 
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.” Fp 4:8 

A realidade do pecado e da tentação naturalmente é muito mais complexa e superior do que a vivida pelas crianças no teste do marshmallow. Por isso, não conseguiremos vencer o pecado senão utilizarmos dos recursos dados pelo Senhor. Um deles é a comunhão uns com os outros. Há também o escape e o livramento dado pelo Senhor através do jejum e da oração.

Desta questão que estamos tratando, devemos ter em mente também o papel dos líderes cristãos. Estes devem entender de uma vez por todas que pessoas precisam ser pastoreadas e conduzidas ao prêmio verdadeiro desta vida que é Cristo. Assim, se um líder cristão é uma “estrela”, gosta de ser o centro das atenções, está interessada nos aplausos das multidões, deseja ser honrado pelos seus liderados com festinhas, homenagens, e bajulações sugiro que este líder considere tais palavras: “É necessário que Ele cresça e que eu diminua.” Jo 3:30. Líderes cristãos saudáveis não desejam honram para si, mas para Cristo. Tal líder gerará liderados saudáveis que não desejarão honra para si mesmo e assim terão força para resistir a todas a provas para então tomarem posse na vida eterna da verdadeira recompensa.

O Teste do marshmallow termina com uma conclusão interessante. O realizador do teste constatou que todas as crianças que venceram o teste se tornaram alunos com melhores notas do que os que falharam, por conseguirem controlar melhor seu grau de ansiedade. Mas o teste não visa apontar perdedores, visa constatar quais as deficiências devem ser trabalhadas nas crianças que apontavam um grau elevado de ansiedade. Assim é o Senhor conosco nas nossas duras provas. Não existem perdedores para o Senhor, mas pessoas que precisam ser moldadas como o barro nas mãos do oleiro, de novo e de novo. Deus está sempre pronto para trabalhar em nós quando confessarmos a Ele que falhamos em algum teste permitido por Ele. Se colocarmos um pouco de fé em Deus em nossos corações, venceremos qualquer teste ou tentação, mesmo com todo o nosso histórico de falhas, e estaremos de pé e não prostrados no Grande Dia, pois Fiel é aquele nos chamou. Ele não nos chamou para sermos humilhados, mas exaltados no Nome do Seu Filho Jesus Cristo.

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