Conforme
discorremos em artigos anteriores, como o Clube dos 27, o ser humano possui um
forte desejo por liberdade. Por que existe este desejo? Existe o desejo de
liberdade, porque existe dentro do ser humano uma força que o escraviza e o
maltrata.
Nos
primeiros dias de nossa jornada terrestre somos cuidados pelos nossos pais e
este cuidado vai bem mais que um cuidado material, mas também um cuidado moral.
Durante
toda a nossa infância somos bombardeados por normas de condutas a serem
observadas do tipo: respeite o seu pai, ame sua mãe, divida o brinquedo com seu
irmão, faça o dever de casa, etc. Certamente muitas das normas que aprendemos
em nossa casa serão de fundamental importância para que sejamos bem sucedidos
nas futuras experiências humanas fora do nosso lar, como na escola, no
trabalho, em uma comunidade religiosa ou laica.
Nossos pais
passam uma série de ensinamentos que julgam serem bons para nós. Nestes
ensinamentos há àqueles de natureza religiosa, filosófica e política que sem
dúvida irão influenciar nossas escolhas e nossos gostos.
Contudo,
por melhor que sejam as intenções de nossos pais na nossa educação moral, esta
é muitas vezes interpretadas pelas crianças como um peso e um fardo que elas
devem se libertar. Contudo na infância, devido à dependência afetiva e
financeira que os filhos possuem em relação aos pais, não se costuma manifestar
atitudes tidas como rebeldes. Tais atitudes de rebelião aos ensinos dos pais
marcarão as fases seguintes do indivíduo como a adolescência, a juventude e em
outros casos toda a vida adulta.
Neste ponto
merece-se uma reflexão. Àqueles jovens do clube dos 27 e outros jovens da
indústria midiática que recorrem ao abuso do álcool e das drogas ou de inúmeras
relações sexuais desastrosas estão realmente sentindo prazer em tais práticas,
ou realizam tais atos extremos para se libertar daquilo que eles acreditam
serem fardos pesados impostos na mais terna infância como uma criação tida por
autoritária e sem afeto? Não digo que todas as pessoas que recorrem às drogas,
ou condutas delituosas não tiveram afetos dos pais. Culpar os pais muitas vezes
é o caminho mais fácil. Muitas pessoas que recorrem a atitudes de rebeldia, às
vezes fazem isso porque não entenderam o afeto sincero que receberam dos pais.
E em última analise, não entenderam o afeto de Deus por eles também.
Quando
começa a vida adulta? Começa com o primeiro “porre”? Com a primeira namorada?
Com as primeiras experiências sexuais? O que a Bíblia tem a dizer sobre a vida adulta e sobre a
vida infantil?
“E eu irmãos, não vos pude falar como espirituais, mas como
a carnais, como a meninos em
Cristo. Com leite vos criei, e não com manjar, porque ainda
não podíes, tampouco ainda agora podeis, porque ainda sois carnais, pois
havendo entre vós inveja contendas e dissensões, não sois, porventura, carnais
e não andais segundo os homens?” I Co 3:1-3.
Como vemos é
mandamento do Senhor que venhamos concluir nossa infância e nossas imaturidades.
“Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como
menino, mas logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” I Co
13:11
Precisamos
deixar de sermos meninos, e sermos homens. Meninos necessitam constantemente da
aprovação dos pais. Meninos possuem um sentimento rebelde em relação ao que foi
ensinado na infância pelos pais e possuem um forte sentimento de rejeição e por
isso se entregam a atos extremos de violência ou desobediência, crendo assim
que serão livres do jugo da lei dos pais, da sociedade e da religião.
Homens não
necessitam constantemente de aprovação dos pais ou da sociedade. Homens sabem o
seu próprio valor perante Deus, a si mesmo e em relação ao próximo. Não são
carentes, antes são doadores de amor e de vida como Cristo. Imagine se Cristo
necessitasse de aprovação dos homens para ser crucificado?
Homens
maduros em Cristo não estão livres da lei e das normas da sociedade, mas sabem
olhar para elas e entendem seu real papel em suas vidas. As leis ministradas
pelos nossos pais, pela igreja, pela sociedade por mais que venha trazer um
peso aos nossos corações, cumprem fundamentalmente um papel de tutor que nos
conduz àquele que tirará todo peso da lei. As normas sociais ao mesmo tempo em
que revelam os nossos deveres, revelam fundamentalmente as nossas incapacidades
em cumprir estes mesmos deveres. Quem então nos ajudará a suprir esta
imperfeição ? Não será os nossos pais, ou uma religião ou um sistema
filosófico, mas Cristo. A lei existe para nos ensinar nosso papel uns com os
outros e também para mostrar nossas limitações morais. Nestas limitações,
Cristo operará se tão somente crermos neles. Os nossos pais ensinam muitas das
leis de Deus, mas será fundamentalmente o próprio Senhor que aperfeiçoará nosso caráter, e não nossa
família ou a lei em si mesmo.
Quando
então começa a vida adulta? Começa quando começamos a compreender e cumprir
este ponto das sagradas escrituras:
“Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de
todos os céus, para cumprir todas as coisas, e ele mesmo deu uns para
apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para
pastores, e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do
ministério para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade
da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da
estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes,
levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens, que com
astúcia, enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em caridade,
cresçamos em tudo naquele que é a Cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem
ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de
cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.”
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